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Demita seu melhor funcionário


Artigo - Demita seu melhor funcionário - por Paulo Bomfim

Um dos males que atinge muitas empresas, sejam elas públicas, privadas, ONGs, instituições religiosas, etc, é o turn over, ou seja, a rotatividade de colaboradores.

Gente que não para no serviço. Entra, fica um tempo e vai embora. O custo de recontratação é alto, o tempo da curva de aprendizado de certos setores é longa, a adoção e disseminação da cultura fica truncada e tudo isso custa tempo e dinheiro demais.


O interessante é que, quando perguntamos para as pessoas que estão no topo, CEOs, Presidentes, Diretores, Executivos e Gestores, o por que de tanta gente não parar na empresa, muitos têm recorrido à máxima: "as pessoas não ficam porque são desinteressadas! Não gostam de desafios! Não querem ganhar dinheiro!" Será?


Quando a gente olha nas redes sociais, o que se vê é um número absurdo de pessoas seguindo e curtindo gente rica, entrando para treinamentos que ensinam como ganhar mais dinheiro. Pessoas que seguem causas, despendem muito tempo em diversos tópicos, participam de ações práticas e vão às ruas sempre que têm oportunidade.


Pra mim, não sei pra você que está lendo esse artigo, fica claro que as pessoas que fazem as afirmações sobre os motivos das pessoas, não as conhecem na real. Não foram perguntar o que se passava. Não se interessavam nas opiniões individuais de cada um.


E enquanto os times vão ficando desfalcados e muitas cadeiras vão rodando, esses executivos, diretores, contam sempre com as mesmas pessoas que ficam, fiéis e produtivas, que entregam o trabalho, dão o sangue e vestem a camisa. Sem se perguntar: a que custo?


Sim, estou falando dos top vendedores, top executivos, top funcionários do setor. Aqueles que, sempre que tem uma dança de cadeiras, só sobram eles. E o que parece aos olhos de quem não está olhando com atenção, é que sobra garra nessas pessoas para ficarem no negócio, sem ver que essas pessoas usam essa garra pra cravar nos coleguinhas, puxando tapetes, apunhalando pelas costas, sabotando o desenvolvimento, agindo de forma tóxica, e afastando qualquer pessoa que tenha disposição de trabalhar dignamente.


Ora, os que valorizam a competitividade vão dizer: "mas assim que é bom, a pessoa que luta pelo seu lugar!". Para essas pessoas, é como olhar num espelho, ver aquilo que muitas vezes fizeram para chegar onde chegaram, sem compreender o dano que causam para o futuro do seu empreendimento.


Não falta nas pessoas garra, falta vontade de permanecer num ambiente onde alguém que não joga limpo, que não respeita os colegas, que é rude, tóxico, abusivo, tem o endosso da chefia, que não vê e não quer olhar para essa atitude, porque essa pessoa trás resultados. E geralmente trás, os números que ela vai atrás batem, ela fecha o que precisa... mas no seu rastro, fica essa conta que não bate com as fileiras que se vão, para os que pedem demissão, ou o desânimo e insatisfação dos que ficam, que vão trabalhando de forma arrastada pra não serem notados ou então serem demitidos e receberem seus benefícios.


Você tem que demitir seu melhor funcionário, se esse funcionário é o mal para todos os demais.


Eu sei, dá uma dor de barriga pensar em fazer isso, porque lá se vai sua galinha dos ovos de ouro. Você pensa no que pode perder ao fazer isso, porque não entende o que tem a ganhar. Não, provavelmente você não vai ter alguém que entregue tanto quanto aquele, mas vai ter um grupo que, por se sentir bem, se sentir respeitado, ouvido, incentivado e bem tratado, pode entregar muito mais!


Ter esse ambiente melhora a reputação do seu negócio. E isso não é importante apenas na hora de buscar clientes, mas principalmente, na hora de contratar talentos, que cada vez mais valorizam saúde mental e bem estar no trabalho do que até mesmo dinheiro.


"Paulo, mas devo demitir a pessoa direto?". Vê, eu sou sempre a favor de dar chance para as pessoas mudarem. Mas vamos lá, sendo ela alguém que está abaixo de você, a primeira pessoa que precisa mudar é você mesmo. Entender que não basta entregar os números e fazer o trabalho, é fundamental tratar os colegas com respeito e educação, compartilhar, motivar e ajudar. Essa deve ser a base que o líder comunica e principalmente, age. Depois, é importante dar um feedback para essa pessoa, avisar da mudança necessária e até mesmo oferecer ajuda para essa transição de cultura e mindset. Ofereça para a pessoa ter um coach / mentor a ajudar nesse processo, talvez até terapia. Se a pessoa aceitar ou não, o importante vai ser ela demonstrar que está caminhando para a mudança. Do contrário, caso haja resistência em mudar e aceitar ajuda, infelizmente, é hora de deixar a pessoa ir.


É muito importante ter gente que dá resultado. Mas é tão importante quanto, a forma como essa pessoa dá resultado. As pessoas que você deixa na sua equipe falam muito sobre o tipo de líder que você é. Não destrua um time inteiro permitindo que um ótimo colaborador aja livremente como um péssimo colega de trabalho. Construa uma equipe forte sim, mas uma equipe ética e colaborativa. Os bons colaboradores são aqueles que ajudam todos a crescer.


Já sabe com quem você vai ter uma conversa hoje sobre isso?


Abraços,

Paulo Bomfim

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