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Mordendo a Língua: O alto custo da impulsividade

Atualizado: 30 de ago. de 2023



O CEO da Reserva causou problemas para sua empresa. Ao entrar numa discussão nas redes sociais, acabou atacando o time do Fluminense, relembrando o passado racista do clube. Seria uma mera discussão nas redes, não estivesse sua empresa já em uma parceria com o time e prestes a assinar outra. Apesar de se desculpar publicamente e apagar o post, o Fluminense rompeu mesmo assim os contratos, gerando um baita prejuízo financeiro para a empresa.


Não é a primeira vez que vejo esse tipo de coisa e fico com os cabelos em pé! Essa situação me lembra duas outras. A primeira, com o CEO da Locaweb, que durante um jogo do seu time do coração contra o São Paulo, ao se ver vencendo, posta um tweet: "Chupa bambizada!". Detalhe: a Locaweb era, na época, uma das maiores patrocinadoras do time, com sua marca estampada bem na frete da camisa dos atletas.


O segundo caso foi do CEO da Cacau Show, que numa entrevista, criticava os preços altos da concorrente Copenhagen, e dizia achar um absurdo alguém ter que pagar certos valores por uma barra de chocolate. O problema? Sua empresa tenta se aproximar de chocolates mais gourmet, justamente com valores mais altos, ou seja, o que ele criticava no outro, sua própria marca fazia, o que automaticamente os desclassificava.


Executivos que buscam as redes para ganhar destaque e serem a cara das empresas que atuam, precisam urgentemente revalidar se os seus valores pessoais estão alinhados com as decisões e o posicionamento das empresas para que trabalham. Claro, vou falar da questão da impulsividade, que é o fogo que catapulta essas opiniões impensadas e somente sentidas. Mas é justamente aí que está o problema: o sentimento é mais rápido que o raciocínio! Essa discordância de valores que se torna algo gritante!


Vê, o fato do CEO da Reserva chamar o Fluminense de racista, só demonstra o quão insatisfeito ele está, pessoalmente, com essa parceria que pode até ter trazido resultados financeiros para ele e para a sua empresa. O CEO da Locaweb zoar o São Paulo mostra o quão doloroso era ele colocar dinheiro pra bancar um time que ele torce contra. E por fim, o CEO da Cacau Show reclamar de chocolates elitistas só mostra que o que ele queria para sua empresa é que ela fosse popular.


Não tem jeito. O sentimento fala mais alto e mais rápido. As pessoas vão se entregar. O que fazer então, nesse e em outros níveis, para evitar manifestações que possam destoar da estratégia da empresa?


Primeiro é assumir que há conflito. Sem essa consciência, não há como haver cuidado e precaução. Aqueles que estão incomodados precisam ter espaço para expressar esse incômodo e o seu motivo, de forma segura e tranquila, pelo menos internamente.


Segundo, é criar uma campanha de valorização, da parceria, do patrocínio e da estratégia. Talvez seja difícil concordar com os valores, mas os benefícios do que foi escolhido podem mudar as pessoas de ideia e principalmente de sentimentos, pois o foco passa a ser o resultado positivo aguardado, que vai encher mais aos olhos, o coração e o bolso de quem está participando.


Terceiro, criar um comitê de monitoramento das redes sociais dos executivos com perfis públicos. Se possível, deixar que as publicações, tanto pessoais quanto profissionais, sejam passadas primeiro para um grupo que avalia o impacto e libera ou não a publicação. Dessa forma, inconvenientes são prevenidos e uma segurança maior é passada pra quem vai ser a cara da empresa, para que ninguém quebre a cara.


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Um grande abraço,


Paulo Bomfim

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